quarta-feira, 20 de março de 2013

Nadal e a arte de se reinventar

Os problemas físicos são evidentes, mas para cada dificuldade parece que ele encontra uma solução


Quatro torneios jogados e apenas uma derrota, em Viña del Mar. Três títulos conquistados, sendo dois deles com atuações incontestáveis. Esse é o balanço do retorno de Rafael Nadal ao circuito. Simples assim... ou não!
Depois de quase oito meses sem competir, isso não significa sem jogar ou treinar, a escolha não poderia ter sido mais feliz. Um ATP 250 ao nível do mar, com jogadores que lhe dariam a exata noção do seu estágio, sem exigir muito do seu jogo. Já nessa primeira semana, uma final animadora, algumas dores, que certamente iriam aparecer, além da evidente falta de ritmo, mas o resultado final foi altamente positivo. Logo na sequência, São Paulo, tudo um pouco mais rápido que na semana anterior, as bolas ainda pareciam muito curtas, alguns pontos sendo jogados de forma excepcional, já outros com erros grosseiros ainda. Porém, a vitória na final já dava ideia de que as coisas pareciam estar voltando para os lugares.
Após São Paulo, uma semana de folga no México, treinando e recuperando o joelho, para em seguida jogar o ATP 500 de Acapulco. Mais um título, porém jogando num nível bem superior que nas semanas anteriores. Principalmente na final, com David Ferrer, as bolas já estavam bem mais fundas, o saque mais regular e principalmente a movimentação parecia estar mais solta, sem medo.
Já na última semana veio o grande teste: Masters 1000 de Indian Wells. Todos os melhores do mundo, piso duro, no meio do deserto. Seria preciso estar bem de verdade. Mais uma bela surpresa, sacando cada vez melhor, muito consistente no fundo, Nadal cresceu a cada jogo e eliminou todos que teoricamente seriam favoritos nesse seu retorno ao piso rápido. Depois de um jogo em que a vitória deve ter dado muita confiança, contra Gulbis, vieram Federer, Berdych e Del Potro.

O poder de se reinventar. Talvez essa seja a maior virtude de Nadal. Seus problemas físicos são evidentes, assim como suas limitações, mas a cada dificuldade, parece que ele encontra duas soluções. Para que os pontos fiquem mais curtos, o saque melhorou absurdamente. Para a dificuldade de movimentação no fundo, o backhand passou a ser ofensivo também. Por necessidade óbvia, aprendeu a jogar mais perto da linha de fundo. Enfim, um novo jogador, mas com a mesma eficiência de sempre.
Sinceramente, não imaginava tudo isso nesses primeiros torneios. Já agora, não sei mais o que esperar dele. Tudo é possível. É só esperar para ver a temporada de saibro na Europa.

Fonte: http://www.foxsports.com.br/blogs/view/92802-nadal-e-a-arte-de-se-reinventar

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