terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Nadal: 'Trocaria meus títulos pela certeza de ter o joelho melhor'


Menos de uma hora após conquistar o título do Aberto do Brasil, na tarde de domingo, Rafael Nadal cumpriu seu último compromisso no país: uma entrevista ao LANCE!Net que vinha sendo negociada há meses. Por cerca de dez minutos, o ex-líder do ranking mundial conversou com a reportagem em uma sala apertada no Ginásio do Ibirapuera.
Nos primeiros segundos da entrevista, Nadal foi interrompido rapidamente pela assessora do evento para autografar algumas bolinhas. Um gesto repetido com exaustão em sua passagem de sete dias pelo Brasil. Apesar do cansaço e a pressa para deixar o ginásio – uma vez que à noite já viajou ao México – Nadal respondeu às perguntas com educação e não se esquivou de nenhuma.
Na entrevista, o atual quinto colocado do ranking mundial mostrou que está totalmente recuperado do problema nos joelhos – que o deixou afastado das quadras por sete meses – é uma obsessão maior do que ganhar títulos neste momento.
Você voltará a jogar no Brasil no ano que vem?
Não sei. No momento quero desfrutar 2013. Acabei de conquistar um título muito importante. Eu me senti muito querido aqui. A experiência desta semana eu gostaria de repetir, mas não se sabe o que pode acontecer com um ano de diferença. Mas, com certeza, gostaria de voltar.
Qual é o seu maior sonho neste momento?
Meu sonho é estar perfeito do joelho e poder competir e treinar tudo o que queira. Este é o sonho. Depois, quero competir no nível máximo por muitas semanas.
Você trocaria seus títulos pela certeza de que não teria mais problemas no joelho?
Certeza, certeza que sim. O que me faz feliz é o dia a dia, poder treinar com ilusão, com sensações cômodas no joelho, competir e me sentir bem em todas as semanas. Se o joelho estiver bem, espero poder lutar pelos títulos por muitos anos mais. É nesta linha que irei trabalhar.
Quando diz que aceitaria trocar títulos pela certeza de ter um joelho bom, aceitaria até mesmo trocar um Grand Slam?
Sim, não teria grande problema com isso. Os títulos de Grand Slam me fizeram feliz naqueles momentos. Neste momento, o que mais me faria feliz seria seguir competindo por todos os títulos que já conquistei no passado. Mas espero não ter de trocar nenhum. Espero apenas que o joelho vá por um bom caminho. É um objetivo que tenho e estou confiante na recuperação.
Durante o tempo afastado, pensou em se aposentar?
Não, em nenhum momento.
Para prolongar a carreira, pensa em deixar de competir em quadras duras no futuro?
Não sei, não posso comentar coisas que podem acontecer no futuro. O futuro é voltar a competir, voltar a estar nas primeiras posições do ranking, das quais saí porque tenho muitos pontos a defender. O que planejo agora é estar bem do joelho e seguir competindo como fiz toda a vida.
No estágio atual, é possível vencer Roger Federer, Novak Djokovic e Andy Murray?
Há duas semanas era impensável ganhar de Nalbandian (rival na final do Aberto do Brasil). Há três semanas era impensável fazer a final no Chile e ganhar um titulo. Três semanas depois já consegui tudo isso. Ganhar do Murray, Federer, Djokovic é impensável. Impensável não, improvável sim atualmente. Mas não se sabe o que pode acontecer em três semanas, em um mês. Já consegui isso (vencê-los) no passado. Se tudo vai bem, por que não posso repetir?
Como você é fora de quadra?
Normal. Vivo com minha família e tenho os mesmos amigos de colégio desde que tinha 4, 5 anos. Em Mallorca, onde moro, todos estão acostumados a me ver. Eles me conhecem e me respeitam muito. Por isso, posso fazer tudo o que gosto, como jogar golfe, pescar e sair de festa algumas noites. Nestes sete meses fiz mais do que fiz em toda minha carreira, desfrutei de coisas que não desfrutei durante dez anos muito intensos. Mas também trabalhei muito para estar de volta.
Quando está em casa, vê muitos esporte na TV?
Quando estou em casa vejo tudo. Sou um grande fanático e espectador dos esportes. Gosto muito de futebol, basquete e golfe.
Você se considera o maior esportista espanhol de todos os tempos? Se não se considera, quem é o maior de todos?
Quando se fala do melhor esportista da história não posso responder se sou eu ou se é outro. Não conheço toda a história do meu país. Creio que é ilógico que alguém fale de si mesmo. Quem tem de falar disso são os experts.


Fonte: http://www.lancenet.com.br/mais-esportes/Nadal-Trocaria-titulos-joelho-melhor_0_868713174.html

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