domingo, 3 de março de 2013

O verdadeiro N°1 da Espanha




Quando estava na iminência de ultrapassar Rafael Nadal no ranking e assumir a condição de tenista Nº 1 da Espanha, David Ferrer deixou claro que não era um objetivo seu e que tinha plena consciência de que a inversão de posições era irreal. Uma consequência dos quase oito meses em que Rafa ficou afastado das quadras. Na final do ATP 500 de Acapulco, os dois se encontraram para o primeiro duelo depois da “ultrapassagem” de Ferrer. E o que se viu em quadra foi assustador. Esqueça o ranking. O verdadeiro Nº 1 da Espanha chama-se Rafael Nadal. A decisão do título no Aberto do México, onde Ferrer era tricampeão, foi um massacre: 6/0 e 6/2.
No fim da partida, Nadal abaixou a cabeça, cobriu o rosto com uma toalha branca e chorou. A emoção é mais do que justificável. Fazer o que ele fez com Ferrer naquela noite foi a prova que faltava para ter plena confiança de que recuperou o seu tênis. De que terá plenas condições de voltar a disputar os principais torneios em altíssimo nível. Dos três ATPs que disputou desde o seu retorno às quadras, Rafa chegou em três finais e foi campeão no Brasil e no México. Foi o 58º título da sua carreira, sendo o 38º no saibro. Mais importante do que as taças e os pontos no ranking, claro, foi a sua evolução física e técnica. O jogador precavido e lento de Viña del Mar não existe mais. Delete da sua lembrança.
Contra Ferrer, Nadal foi um monstro. Não existe outra palavra para definir. Jogou um tênis absurdamente veloz. Magicamente preciso. Por pouco, não saiu de quadra sem perder um game. Nem no seu auge, ele conseguiu uma vitória deste porte sobre um dos melhores jogadores do saibro no mundo. Foi a 21ª partida entre os dois. Antes da final em Acapulco, o placar mais elástico entre os dois foi na decisão do ATP 500 de Barcelona, no ano passado, quando Nadal só havia perdido seis games (6/2 e 6/4). O “pneu” aplicado no 1º set foi o terceiro de Rafa sobre David. Na semifinal do Masters 1.000 de Roma, ele aplicou um 6/0 no 2º set depois de ter definido o primeiro apenas no tiebreak. Em Roland Garros 2005, o “pneu” veio no terceiro set: (7/5, 6/2 e 6/0).
Agora é em quadra rápida
Encerrado a temporada latino-americana no saibro, Rafael Nadal vai para outro recomeço na sua carreira. Durante toda a semana havia um mistério sobre a sua participação no Masters 1.000 de Indian Wells, nos Estados Unidos. O jornal Marca, da Espanha, chegou a divulgar que Rafa teria desistido de atuar em quadra rápida, e só voltaria a jogar na temporada europeia do saibro, focando Roland Garros. Porém, o desempenho na reta final do ATP de Acapulco, com belíssimas atuações diante de Nicolas Almagro e David Ferrer – Nº 12 e Nº 4 do mundo – acabou trazendo a confiança necessária. Neste domingo, veio a confirmação. Malas prontas. Adeus México. Próximo destino: Indian Wells.


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