A palavra em inglês underdog pode ser traduzida ao português como
“zebra”. Nadal e Del Potro numa final de Indian Wells não seria
extamente isso não fosse os momentos atuais de ambos. O primeiro jogando
um torneio no piso duro após quase um ano e o segundo vindo de lesão no
punho de Dubai, com dúvidas e com Murray e Djokovic pelo caminho.
Não vi nenhuma deficiência na movimentação de Rafael Nadal nas
últimas partidas. Pelo contrário. O espanhol parece ainda mais intenso e
com maior energia e com esses dois aspectos seu nível de tênis chega
perto ou se equipara com o que estava em boa parte do ano passado quando
ganhou tudo no saibro e fez final na Austrália. Nadal está confiante,
jogando sem a pressão de conquistar o torneio e por isso seu mental, que
já é forte, se torna ainda mais complicado de ser superado.
É incrível notar que há poucas semanas, no Brasil Open, Nadal
reclamava demais e tinha muitas dúvidas sobre jogar os Masters no piso
rápido. Até mesmo os bons jornalistas do Marca, da Espanha, davam como
certa sua desistência de Indian Wells e Miami, e olha que eles têm
ótimas fontes, os conheço pessoalmente de eventos que estive por lá há
alguns anos.
Nadal superou quase todos os testes possíveis, derrotou três top 10 e
agora chega já na final de seu 1º torneio no piso duro após quase um
ano.
E quem apostaria que Del Potro
fosse bater Murray e Djokovic de virada na sequência e perdendo 3/0 no
último set para um Nole com 22 vitórias seguidas e super confiante ?
Pois é. O argentino jogou como sua altura e seu coração. Foi gigante.
Enorme.
Del Potro já vinha batendo na porta há algum tempo e faltava aquele
passo a mais, muito da parte física e também do mental. Os dois aspectos
associados a ajustes em seu jogo. Não é de hoje que seu treinador,
Franco Davin, fez a leitura para incorporar a variação com slice e um
pouco mais de paciência nos potentes golpes de fundo ao pupilo. E o
resultado está aí.
Na minha visão, Del Potro é um tenista para ficar no top 5 e beliscar
Grand Slams. Tem mais bola do que o bravo e competente, mas um pouco
limitado David Ferrer, tem garra equivalente e uma parte mental melhor –
não teme os melhores.
Suas vitórias sobre esses tipos de jogadores só vão trazer aspectos
positivos de competitividade ao circuito com o teista mais confiante.
Sobre a final deste domingo, bastante interessante. Nadal
fica com um pouco mais de pressão do que se fosse enfrentar Djokovic por
exemplo, mas mesmo assim tende a jogar solto pelo que passou. E ao
mesmo tempo o argentino sabe que foi um pouco inesperado sua presença na
final e vem muito confiante.
A tendência é de uma final tão incrível como a campanha de ambos e deleite ao público.
Fonte: http://blogs.lancenet.com.br/tenis/2013/03/16/nadal-x-del-potro-a-incrivel-e-inesperada-final/
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