sábado, 22 de dezembro de 2012

Sua Majestade, Rafael Nadal.


Era uma vez um cidadão chamado Rafael Nadal. Aos 19 anos já havia conquistado Roland Garros pela primeira vez, e assim se repetiu em 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, e agora, 2012. O espanhol derrotou Novak Djokovic por 3 sets a 1, se tornou o maior campeão da história do Slam parisiense, ultrapassando Borg, e derrotando o seu algoz das últimas 3 finais de Grand Slam, uma vitória maiúscula, para consolidar o título de Rei do Saibro, que muitos contestavam por faltar a hegemonia absoluta em Roland Garros... Não mais...

Em um jogo que começou neste domingo e terminou nesta segunda, vimos nos dois primeiros sets um Nadal focado, agressivo, com um "revés fundo", com grande aproveitamento de saque, e do outro lado, um Djokovic nervoso, errático, e que não encontrava tática pra derrotar o espanhol. No primeiro set, Nadal quebrou o saque do sérvio em duas oportunidades, abriu 3/0, sacou em 40/30 para abrir 4/0, mas desperdiçou a chance. Assim, viu o sérvio crescer, mas no sétimo game com dupla falta no break point, o espanhol não perdoou mais e fechou em 6/4.

No segundo set, o jogo continuou no ritmo do primeiro, e após paralisações devido à chuva, Nadal fechou o set em 6/3. Após ser quebrado, Djokovic, irritado, descontou a raiva no banco onde senta durante os intervalos e acabou quebrando-a. Mostra de que a confiança absurda de 2011 do sérvio não está mais presente...

No terceiro, que estava encaminhando para ser o derradeiro, Nadal abriu 2/0. Aí, Djokovic relembrou o que havia jogado o ano passado, se tornou brilhantemente agressivo, embalou, aproveitando-se da queda de rendimento no saque e do encurta mente do revés do espanhol, venceu 6 games seguidos e fechou o set em 6/2. Este foi o primeiro set perdido pelo espanhol em Paris e em toda a temporada no “saibro vermelho”.

No quarto e último set, Djokovic, aproveitando-se do embalo, abriu 2/0. Após Nadal confirmar em 2/1, o jogo foi interrompido devido à chuva, sendo reiniciado nesta manhã...

Djokovic, que voltou sacando, cometeu 3 erros e viu Nadal voltar ao jogo. Ambos seguiram confirmando seu serviço, até o 6/5, quando Djokovic cometeu uma dupla falta e viu seu adversário comemorar o hepta inédito com sua família...

Rafael Nadal conquista seu 11º Grand Slam da carreira. Já havia o Career Slam, algo inimaginável para os críticos do jogo deste, que o consideram um saibrista defensivo, e que não possuía jogo para vencer na grama e nas quadras hard. Hoje, ele é hepta em Paris, campeão na Austrália, bi em Wimbledon e campeão nos Estados Unidos. O espanhol está agora, a 5 Majors do recorde de Roger Federer, maior vencedor de Slam com 17 títulos.

Só outros dois tenistas têm heptacampeonatos em Slams na Era Aberta: Pete Sampras em Wimbledon e Chris Evert também em Roland Garros. O espanhol chega a incrível marca de 51 vitórias e apenas 1 derrota no saibro parisiense, e agora brigará pelo título de Wimbledon, perdido ano passado para o próprio Djokovic.

O espanhol certamente já é um dos maiores da história. Não podemos afirmar que chegará ao recorde de Federer, mas certamente, sua trajetória estará marcada para sempre, por ser alguém extremamente competitivo, raçudo, que briga por todas as bolas como se fosse a última... Este é o verdadeiro trunfo do espanhol, e que os críticos detém, de alguma forma, têm que se conformar.

11 vezes Rafael Nadal, 7 vezes majestoso somente em Paris. O espanhol já garantiu a “rotina” que vem acontecendo desde 2005, ganhar ao menos um Slam por ano desde o quinto ano do segundo milênio... . Será que ainda vem mais por aí? Ele mostrou que está de volta, e mais do que nunca, está superada a série de derrotas para o número 1 do mundo.


Ao sérvio, resta lamentar a chance desperdiçada de conquistar o Career Slam, já que vinha de 27 vitórias consecutivas em Majors, e tentar novamente este feito no ano que vem...

São sete as cores do arco-íris, sete são as maravilhas do mundo, sete são os pecados capitais, a semana tem sete dias, e sete é a quantidade de títulos de Rafael Nadal em Roland Garros. 



Por: Gabriel Vieira

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