terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nadal impõe 'filosofia', transforma Slams em maratonas e 'influencia' Djokovic e Murray


Presente na Federer Tour que passou em São Paulo em dezembro de 2012 o alemão Tommy Haas é um dos poucos capazes de avaliar as mudanças no tênis ao longo do tempo. Profissional desde 1996, o atleta de 36 anos - o mais velho a integrar o top 100 hoje – afirmou na sala de imprensa do Ginásio do Ibirapuera que uma das principais transformações no circuito ocorreu no campo da preparação física.

O 'culpado', segundo ele? Rafael Nadal.

Conhecido pela resistência dentro das quadras e pela ótima capacidade de se defender, o espanhol de 26 anos fez mais além de exigir outro nível dos adversários na capacidade atlética. Ele também é o principal personagem de um efeito marcante no século 21 nos Grand Slams: das partidas longas, de mais de quatro horas de duração, que culminam em duelos descritos como épicos. 

Levantamento feito pelo ESPN.com.br mostra que o atleta natural de Mallorca foi o jogador finalista de Grand Slam que mais tempo passou em quadra durante uma edição de Major (desde 2001). No Australian Open do ano passado – quando ficou 5h53 em quadra na final contra Novak Djokovic – ele permaneceu, ao todo, 22h26 em atuação. 



No ranking de atletas que mais tempo acumularam jogando em Majors, Nadal aparece três vezes entre os 10 primeiros colocados. Fora a edição do Australian Open, as outras duas vezes que ele acumulou tanto tempo em quadra foram em Roland Garros (2008, com 20h58; 2006, com 20h01). 

Murray e Djokovic: ‘puxados’ por Nadal
Membros do top 4 há um bom tempo, Novak Djokovic e Andy Murray seguiram Nadal no quesito. A transformação mais latente pode ser observada no sérvio. Se na 1ª final da carreira, em Umag-2006, ele abandonou o jogo contra Stanislas Wawrinka no 1º set por não ter condições físicas, hoje o atual líder do ranking pode ser considerado um monstro atleticamente. 

Djoko aparece duas vezes no top 10 de mais tempo em quadra em Slams no século: Australian Open-2012 (20h51) e Roland Garros-2012 (20h23). Como comparação, ele ficou 18h17 em quadra no Australian Open que acabou de ganhar.

Murray também está duas vezes no top 10 do ranking. O britânico aparece na lista graças às finais que fez em 2012. Foram 21h51 no US Open e 20h09 em Wimbledon. 

Federer: entre os melhores, a exceção
Desde 2001, foram 49 edições de Grand Slam. Trinta jogadores diferentes marcaram presença nas decisões. E nenhum fez mais finais do que Roger Federer. O suíço esteve em 24 disputas de título e, mesmo com o 'fator físico' produzido por Nadal, não somou nenhum tempo de quadra absurdo. Em um eventual ranking, ele só apareceria pela primeira vez na 23ª colocação. 

Veja ranking dos finalistas que mais tempo passaram em quadra (em negrito, atletas em atividade):

1 -Rafael Nadal - (2012) (AUSTRALIAN OPEN) - 22h26

2 -Andy Murray - (2012) (US OPEN) - 21h51
3 -Marat Safin - (2004) (AUSTRALIAN OPEN) – 20h58
4 -Rafael Nadal - (2011) (ROLAND GARROS) – 20h58
5 -Novak Djokovic - (2012) (AUSTRALIAN OPEN) – 20h51
6 -Novak Djokovic - (2012)(ROLAND GARROS) – 20h23
7 -Lleyton Hewitt - (2005) (AUSTRALIAN OPEN) – 20h17
8 -Andy Roddick - (2009) (WIMBLEDON) – 20h16
9 - Andy Murray - (2012) (WIMBLEDON) – 20h09
10-Rafael Nadal - (2006) (ROLAND GARROS) – 20h01

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